Aspettanno
Nesta quarentena pus-me a pensar nos dias que se seguem ... leves? Não. Menos pesado quando nos dispomos a mantê-los assim.
As noticias ruins não dão trégua. São fatos! Contaminados, falta de leitos, falta de respiradores, mortes, enterros em valas coletivas e por incrível que pareça, mesmo diante o caos, uma ausência de empatia inimaginável.
Tento me esperançar ! Fico imaginando todos aqueles que estão na linha de frente. Verdadeiros heróis. Os que estão lutando frente a frente com o inimigo invisível. É o que mantem nossa esperança acesa!
Em meio a pandemia na Itália, Peppino de Capri fez a linda canção “Aspettanno ” que retrata esse terrível período. Aqui no Brasil, Zizi Possi fez uma versão que nos instiga a continuar acreditando . A versão em português é Esperando. Me detive em algumas partes da linda canção:
Saudade de beijar e de abraçar... Essa noite escura vai passar.
Quanto tempo vai durar?
Retomo a leitura que estou refazendo de uma das obras que mais gosto de Paulo Freire. A pedagogia da Esperança, que é um reencontro com a Pedagogia do oprimido.
Há uma esperança nem sempre audaz, nas esquinas, nas ruas, no corpo de cada um de nós...não entendo a existência humana e a necessária luta para torná-la melhor, sem esperança e sem sonho.
A desesperança nos imobiliza e nos faz sucumbir no fatalismo. E finaliza: Não sou esperançoso por pura teimosia, mas por um imperativo existencial e histórico.
É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar e esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo.
Paulo Freire é incrível!
Deus vive nos convidando a não desistir e acreditar que o amanhã pode ser diferente.
2019 foi difícil! 2020? O que dizer?
O que importa mesmo é que prevaleça a vontade de viver, a força para lutar e a Esperança para continuar.
Vamos alimentar nossa esperança?
Por uma humanidade melhor!
Jacqueline Braga.
