sábado, 19 de junho de 2021

Polícia recolhe fósseis em pedreiras em ação de combate à comercialização ilegal, no Ceará

Foto: PM/Divulgação

Em fiscalização de combate à comercialização ilegal de fósseis, a Polícia Militar do Meio Ambiente recolheu, nesta sexta-feira (18), oito espécimes de achados arqueológicos em pedreiras nas cidades de Nova Olinda e Santana do Cariri, no interior do Ceará.


Dentre as peças estavam fósseis de Dastilbe crandalli (peixe de água doce que viveu entre 96 e 113 milhões de anos atrás), celacanto (peixe) e o fóssil de um lenho.


As peças recolhidas foram encaminhadas ao museu de Santana do Cariri e entregues ao coordenador do local, José Lúcio e Silva.


Tráfico de fósseis

Em razão do tráfico nacional e internacional de fósseis que ocorre no sul do Ceará, diversos exemplares são retirados do seu local de origem. A região é uma das três mais ricas do mundo na quantidade dessas peças. A mais recente, foi descoberta em dezembro de 2020, quando uma pesquisa europeia chamou de Ubirajara jubatus um fóssil encontrado na região cearense.


Ele seria o primeiro dinossauro não aviário descrito em toda a América Latina. A divulgação foi alvo de críticas de cientistas brasileiros, que tentam repatriar o exemplar de um museu na Alemanha, com a ajuda do Ministério Público Federal (MPF).


O Ceará tem o maior sítio paleontológico do Brasil; devido a falhas na fiscalização da região e de uma legislação que data de 1942, o comércio ilegal de fósseis ocorre à luz do dia. Especialistas apontam que diversos exemplares já foram retirados da região e só foram descobertos após divulgações científicas ou vendas em leilões fora do país.


O grupo de pesquisa que descreveu o U. jubatus afirmou que o animal viveu há 120 milhões de anos, durante o período cretáceo. Ele tinha o tamanho de uma galinha, duas patas, e o corpo era coberto por fios. Havia ainda duas estruturas rígidas, em formato de V, feitas de queratina em cada lado de seus ombros.


*Da redação do BFJR, com G1.