sexta-feira, 25 de março de 2022

COLUNA DA HISTORIADORA FÁTIMA ALVES: Preta tia Simoa , símbolo de resistência feminina contra a escravidão no Estado do Ceará!

Preta tia Simoa , símbolo de resistência feminina contra a escravidão no Estado do Ceará!


 25 de março de 2022 comemora-se A Carta Magna, que dá liberdade a escravidão no Ceará. O estado do Ceará foi o primeiro no Brasil a realizar a liberdade aos cativos (1884), quatro anos antes do Brasil “abolir a escravidão”. 


Por trás da história ou melhor dizendo dentro da história, existem os que lutaram como sinal de resistência, além de Chico de Matilde, o “Dragão do Mar” , temos a presença feminina de Tia Simoa, mulher negra que teve importante participação na luta contra a escravidão no estado do Ceará ao mobilizar jangadeiros contra a tráfico negreiro.


"No Brasil, mulheres, principalmente as negras, nem sempre puderam falar, escrever e quanto mais publicar sobre si mesmas. Tampouco tiveram suas vozes plenamente respeitadas por aqueles que delas falaram, escreveram e publicaram; na maioria, homens brancos" - trecho do prefácio “Resgatar Nossa Memória”, escrito por Jaqueline Gomes de Jesus, no livro “Heroínas Negras Brasileiras em 15 cordéis”, da escritora cearense Jarid Arraes.

Muitas mulheres foram apagadas da história que lutaram contra o regime racista e escravocrata. Uma dessas mulheres é a Preta de Simoa importante liderança na mobilização dos jangadeiros contra o transporte de negreiros escravizados para a capital da província do Ceará, no século XIX.

Apesar de muitos não conhecerem a história de Preta de Simoa, ela representa as mulheres, as mulheres negras que vivem oprimidas, violentadas. Como sinal de resistência lutam no cotidiano no Combate à Discriminação Contra Mulheres Negras, que tem, entre seus objetivos, a promoção da visibilidade de raça e gênero e o fortalecimento das ações contra o racismo, o sexismo e todas as formas de violência contra as mulheres negras; além da preservação da memória e da contribuição dos povos afrodescendentes, em especial das mulheres negras, para a formação social do estado do Ceará. (Site Renato Roseno) .

Hoje é dia de lembrar os que compõem nossa história e que fizeram dela um sinal de resistência contra qualquer forma de opressão. Serve ainda para lembrar que o movimento antirracista existe para romper com o sistema que exclui.

Viva a liberdade! Viva as mulheres negras!